segunda-feira, 10 de maio de 2010

O hip hop “tuga”
Das ruas de Nova Iorque para os subúrbios portugueses


O hip hop chegou a Portugal na década de 80. Primeiro invadiu os guetos mas depressa se generalizou.


Saído dos cinemas americanos na década de 80, o hip hop chegou a Portugal e infiltrou-se nos subúrbios da cidade de Lisboa e do Porto. Zonas como Chelas, Amadora, Cacém, e Margem Sul do Tejo foram consideradas o berço deste movimento.


Da América, o hip hop trouxe a moda da streetwear, usada em Portugal pelos mais novos e os quatro elementos fundamentais: o MC, o DJ, o break-dance e o graffiti. Nos becos, juntavam-se os putos de rua, vestidos com sweatshirts, ténis de marca e atacadores largos, levando rimas feitas em casa, numa espécie de crew à portuguesa.


Começaram a despertar projectos marginais, mais alternativos e caseiros, sem quaisquer preocupações comerciais. Como referiu Sam the Kid, uma das estrelas do hip hop nacional, numa entrevista ao Mundo Universitário, “as pessoas quando começam a fazer música não pensam no negócio, pensam só em criar.”


Depois de 10 anos a criar, o movimento surgiu agora em grande forma pelas mãos das editoras mais perspicazes que uniram o útil ao agradável.


Apostaram, assim, na fusão entre o rap e vários estilos musicais (Crossovers) para atingir um público-alvo bastante selectivo – os jovens.


Hoje em dia, fala-se de dois rumos do hip hop, o puro ou underground, da rua e o outro, aquele que é fabricado pelo marketing, nos ginásios e na MTV. Abandonou os guetos e saltou para a sociedade consumista. Apesar disto, o hip hop genuíno resiste no corpo e na alma daqueles que o sentem como uma verdadeira filosofia de vida e não uma moda “made in USA”.